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DEZ
Jornalista eterniza trajetória de Brejeirinho
Atualizado em 05 Dez 2019 às 09h
É em Patos, no meio do mapa paraibano, que começa a história de ‘Garganta Seca’. O personagem central do livro é Nilson Galdino Gonçalves, o ‘Brejeirinho’, que vê retratados os altos e baixos da sua vida marcada pela pobreza, seca e alcoolismo.
O livro, que é a estreia literária do jornalista Carlos Santiago (um paulistano radicado em Jundiaí há mais de duas décadas), surgiu do desejo de Brejeirinho de alertar as pessoas sobre o perigo do álcool. “Em sua última internação, o Brejeirinho se deu conta das tantas histórias tristes que viu e ouviu ao longo dos anos, de pessoas que não conseguiram superar o vício”, conta o jornalista.
“Uma das histórias relatadas é a de um conhecido, um jovem, que planejou se enforcar. Uma madrugada antes do suicídio, ele se barbeou para o próprio velório”, completa.
As histórias, reunidas pelo biografado em um manuscrito, chegaram às mãos de Santiago através de Henrique Martin. Henrique é prefeito de Cabreúva (cidade para onde Brejeirinho se mudou há trinta anos), e foi para ele que Brejeirinho primeiro apresentou o sonho do livro.
“Apesar dos trechos nebulosos da vida dele, o livro apresenta também passagens bonitas da simplicidade da vida sertaneja, como a única diversão da família, que era um radinho de pilha onde todos ouviam forró juntos, depois de ‘A Voz do Brasil’”.
Detalhista, Carlos Santiago foi cavando a memória do entrevistado com ajuda de intensa pesquisa, através da qual foi descobrindo nomes de ruas, escolas e pessoas que nem Brejeirinho lembrava mais. “Como autor e jornalista”, conta, “sempre tenho a preocupação de retratar com fidelidade as características dos locais. Lamento não ter conseguido ir à Paraíba ver com meus próprios olhos o rio Espinharas ou a tradicional feira do centro de Patos.”
O lançamento e sessão de autógrafos serão no sábado, 7, na Estação Japi, que fica na Rua Maranhão, 866, no bairro Jacaré (em Cabreúva), às 10h. O livro será vendido a R$ 15,00 e toda a arrecadação será doada à Santa Casa de Cabreúva, hospital que, muitas vezes, atendeu Brejeirinho na sua luta contra o álcool.
Trecho do livro ‘Gargantas Secas’:
Tímido até dizer chega, o menino estava pensando que bem que podia arranjar uma namorada bonita – mas cadê coragem para conversar com as meninas que conhecia? Tinha uma festa para ir mais tarde – e também havia um parque ali por perto, instalado fazia poucas semanas. E que também iria ferver naquele final de semana de São João.
Tudo isso passou pela cabeça de Brejeirinho enquanto ele resolvia entrar no bar repleto de adultos – gente que ele conhecia, afinal muitos eram amigos do pai dele. Pois foi entrar e ser saudado logo com um copo de Pitu – cachaça tradicional do Nordeste.
Tomou logo três doses – e saiu cambaleando do bar. Mais tarde, naquela noite de fogueiras de São João de 1978, ele arranjou a menina que queria – com quem até mesmo trocou alguns beijinhos. Mas o que Brejeirinho não sabia é que, além da namorada, ele não tinha mais nada a comemorar – porque, quando saiu do Bar do Netinho, acabava de assinar um pacto com o copo. Um pacto de vida ou morte.
Jornalista eterniza trajetória de Brejeirinho
É em Patos, no meio do mapa paraibano, que começa a história de ‘Garganta Seca’. O personagem central do livro é Nilson Galdino Gonçalves, o ‘Brejeirinho’, que vê retratados os altos e baixos da sua vida marcada pela pobreza, seca e alcoolismo.
O livro, que é a estreia literária do jornalista Carlos Santiago (um paulistano radicado em Jundiaí há mais de duas décadas), surgiu do desejo de Brejeirinho de alertar as pessoas sobre o perigo do álcool. “Em sua última internação, o Brejeirinho se deu conta das tantas histórias tristes que viu e ouviu ao longo dos anos, de pessoas que não conseguiram superar o vício”, conta o jornalista.
“Uma das histórias relatadas é a de um conhecido, um jovem, que planejou se enforcar. Uma madrugada antes do suicídio, ele se barbeou para o próprio velório”, completa.
As histórias, reunidas pelo biografado em um manuscrito, chegaram às mãos de Santiago através de Henrique Martin. Henrique é prefeito de Cabreúva (cidade para onde Brejeirinho se mudou há trinta anos), e foi para ele que Brejeirinho primeiro apresentou o sonho do livro.
“Apesar dos trechos nebulosos da vida dele, o livro apresenta também passagens bonitas da simplicidade da vida sertaneja, como a única diversão da família, que era um radinho de pilha onde todos ouviam forró juntos, depois de ‘A Voz do Brasil’”.
Detalhista, Carlos Santiago foi cavando a memória do entrevistado com ajuda de intensa pesquisa, através da qual foi descobrindo nomes de ruas, escolas e pessoas que nem Brejeirinho lembrava mais. “Como autor e jornalista”, conta, “sempre tenho a preocupação de retratar com fidelidade as características dos locais. Lamento não ter conseguido ir à Paraíba ver com meus próprios olhos o rio Espinharas ou a tradicional feira do centro de Patos.”
O lançamento e sessão de autógrafos serão no sábado, 7, na Estação Japi, que fica na Rua Maranhão, 866, no bairro Jacaré (em Cabreúva), às 10h. O livro será vendido a R$ 15,00 e toda a arrecadação será doada à Santa Casa de Cabreúva, hospital que, muitas vezes, atendeu Brejeirinho na sua luta contra o álcool.
Trecho do livro ‘Gargantas Secas’:
Tímido até dizer chega, o menino estava pensando que bem que podia arranjar uma namorada bonita – mas cadê coragem para conversar com as meninas que conhecia? Tinha uma festa para ir mais tarde – e também havia um parque ali por perto, instalado fazia poucas semanas. E que também iria ferver naquele final de semana de São João.
Tudo isso passou pela cabeça de Brejeirinho enquanto ele resolvia entrar no bar repleto de adultos – gente que ele conhecia, afinal muitos eram amigos do pai dele. Pois foi entrar e ser saudado logo com um copo de Pitu – cachaça tradicional do Nordeste.
Tomou logo três doses – e saiu cambaleando do bar. Mais tarde, naquela noite de fogueiras de São João de 1978, ele arranjou a menina que queria – com quem até mesmo trocou alguns beijinhos. Mas o que Brejeirinho não sabia é que, além da namorada, ele não tinha mais nada a comemorar – porque, quando saiu do Bar do Netinho, acabava de assinar um pacto com o copo. Um pacto de vida ou morte.
https://www.cabreuva.sp.gov.br/jornalista+eterniza+trajetoria+de+brejeirinho.aspx
Autoria: Jaqueline Rosa