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Notícias - Cultura

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Programa educacional Anne Frank realiza exposição 'Deixe-me ser eu mesmo' na escola Lucídio


Atualizado em 13 Nov 2015 às 01h

Programa educacional Anne Frank realiza exposição ‘Deixe-me ser eu mesmo’ na escola Lucídio

 

A exposição ‘Deixe-me ser eu mesmo’, em homenagem a Anne Frank, foi inaugurada na E. E. “Lucídio Motta Navarro”, do Centro, na tarde da terça-feira, dia 10. O Lucídio é a sexta e última escola que recebe o projeto, que foi realizado em todas as estaduais do município. Essa exposição é fruto de uma parceria entre a Secretaria da Cultura, o Instituto Plataforma Brasil (IPB) e a Casa de Anne Frank, na Holanda, responsáveis pelo Programa Educacional Anne Frank.

 

Na abertura os alunos Marcos, Josiel e Rodrigo, do 2º ano, apresentaram a música instrumental ‘Soldado Ferido’, e em seguida a presidente do IPB, a holandesa Joëlke Offringa, leu trechos do diário de Anne Frank, onde ela mencionava sua vontade de fazer o bem pela humanidade. “Nós somos corresponsáveis por criar um mundo melhor e mais justo. Temos que nos levantar quando virmos algo injusto e mostrar que não está certo”, disse Joëlke. O secretário da Cultura Glicério Arruda também falou aos alunos e demonstrou seu orgulho pelo programa: “fico muito satisfeito ao ver todos envolvidos. Vocês, jovens, são a força que o Brasil precisa e o nosso futuro”, afirmou. Participaram ainda da composição da mesa a secretária de Turismo Lucília Giacomini e o Padre Átila Destefani.

 

Em seguida as alunas Thassia e Camila fizeram uma apresentação de ballet. A próxima apresentação foi um vídeo sobre os direitos humanos, preconceito e discriminação, desenvolvido pelos alunos do 2º ano. No vídeo os alunos perguntavam para pessoas nas ruas de Cabreúva o que elas achavam sobre o tema. O próximo trabalho apresentado pelos alunos foi uma coreografia da música ‘A Cor do Brasil’. A diretora do Lucídio, Edilaine Rodrigues, contou que estava muito feliz de ter recebido o projeto e em seguida recebeu, das mãos do diretor Valdir de Oliveira, da escola Eugênia, a maleta que simboliza a exposição, com cartas e diversos trabalhos de alunos. Houve ainda uma apresentação de coral que cantou a música ‘With or without you’, do U2.

 

Uma das principais atrações do evento foi a fala da senhora Nanette Konig, de 86 anos, que era amiga de Anne Frank da escola. “Acho essa iniciativa muito boa para que todos conheçam a fundo o que aconteceu. Fui para o campo de concentração, encontrei com Anne lá. Da minha família, só eu saí com vida”, contou Nanette. Mais informações sobre ela podem ser encontradas no box.

 

Os 18 alunos que fizeram curso de monitores da exposição receberam seus certificados e em seguida a roda de capoeira do professor Fabrício Palmito se apresentou. O laço de abertura da exposição foi desfeito por Nanette e pela diretora Edilaine, com a ajuda de Joëlke.

 

 

Nanette Konig, uma sobrevivente do holocausto

Nasci no mesmo ano que Anne Frank, nos encontramos numa escola que tinha duas classes paralelas para educação de crianças judaicas. Por todos em nossa sala estarmos passando pela mesma situação, devido às circunstâncias, não havia intolerância, estávamos bastante maduros e sabíamos que vivíamos uma época difícil, todos eram solidários uns com os outros. Eu me arrisquei e visitei o campo de concentração que sabia que Anne estava e encontrei com ela e a irmã em fevereiro de 1945, foi inesquecível. Ela tinha esperança de rever a mãe e não sabia que o pai estava vivo. Ela contou que queria divulgar o diário dela depois da guerra. Quem leu o diário sabe que ela começou como uma moça de 12 anos mas que no final, aos 15, ela já tinha sua opinião sobre o mundo, mesmo sem poder sair, e considero isso uma grande façanha.

Quando saí do campo de concentração e me recuperei fisicamente, fui morar na Inglaterra, onde conheci meu marido, que já estava com uma viagem marcada para o Brasil. Namoramos por cartas por dois anos e ele voltou para nos casarmos. Moro na cidade de São Paulo há 53 anos.

Nanette respondeu questões do público:

 

Aluno: Qual foi o pior momento quando estava no campo?

Nanette: Depois quando voltei para Holanda, quando soube que ninguém da minha família havia sobrevivido, eu estava doente, sem dinheiro, fiquei três anos hospitalizada para me recuperar. Fiquei apavorada, mas resolvi sobreviver diante das circunstâncias. Depois fui morar com minha tia na Inglaterra. Fiz curso de secretariado bilíngue, pois minha escola na Holanda ensinava quatro idiomas.

 

Aluno: Como se sente por ser chamada para participar do projeto?

Nanette: Grande honra e satisfação saber que nessa escola se continua querendo saber da Anne. Era uma preocupação que tínhamos. Tínhamos medo de contar o que tinha acontecido, que achássemos que somos loucos. Realmente ver vocês interessados em Anne e no holocausto é muito gratificante. Hitler surge devido às péssimas condições, inflações galopantes, ele tinha comparsas e não teve dificuldade para convencer o povo alemão de expulsar os judeus.

 

Aluno: Como foi sua saída do campo?

Nanette: Em três semanas o campo foi esvaziado e queimado, os médicos que invadiram ficaram apavorados, puxavam os corpos com trator, mesmo achando que era desrespeito.

 

Aluno: Como foi quando chegou ao campo?  Que sentiu?

Nanette: Quando chega você percebe que tem a vida diferente. Quando chegamos, tinha cachorros treinados para matar e guardas, tínhamos medo. Passamos muita fome, éramos constantemente perseguidos, xingados, fazem com que você não se sinta nada. Não tínhamos nem a rotina de acordar, ir ao banheiro e tomar café da manhã por exemplo, coisa tão simples eram tiradas de nós.

 

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Fonte: Decom Cabreúva
Autoria: Thalita Marchiori
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